terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Floresta Laurissilva


           O nome Laurissilva resulta de dois termos provenientes do Latim, laurus e silva que significam, respectivamente, loureiro e floresta. A Laurissilva remonta aos períodos Miocénico e Pliocénico da Era Terciária, onde chegou a ocupar vastas extensões do sul da Europa e da bacia do mediterrâneo. As ultimas glaciações levaram ao seu desaparecimento no continente europeu,  sobrevivendo apenas nos arquipélagos Atlânticos.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Macaronésia

Actualmente a floresta Laurissilva sobrevive na região biogeográfica da Macaronésia, que compreende quatro arquipélagos nomeadamente, o Arquipélago da Madeira, e também, os Arquipélagos dos Açores, de Canárias, e Arquipélago de Cabo Verde, embora a floresta Laurissilva se encontre de forma residual em pequenas e raras manchas.

Laurissilva na Madeira

Ribeiro Bonito,Madeira

  A floresta ocupa na Ilha da Madeira uma área de aproximadamente 15.000hectares dos quais 12.000 são Reserva Natural, o que corresponde a 20% da ilha, sendo o maior e mais bem conservado núcleo desta floresta. 

Laurissilva nos Açores

Lagoa do Fogo, São Miguel, Açores


Os Açores têm apenas 31,8% do seu território florestado. O Corvo é a ilha com menor espaço florestado (apenas 2,89%) enquanto que a ilha das Flores é a que tem maior espaço florestado (49,3%). Em relação à floresta natural, a ilha do Corvo contem o menor espaço (apenas 0,8%), enquanto que São Jorge é que tem a maior mancha de floresta natural (17,24%).


Laurissilva em Canárias

Parque Nacional de Garajonay, Gomera


  Os núcleos mais significativos da floresta Laurissilva correspondem a 37% do seu território, encontram-se nas ilhas de Gomera (Parque Nacional de Garajonay), La Palma (Canal e Los Tildes), Tenerife (Parque Natural de Teno) e Gran Canaria (Parque Rural de Doramas).


Laurissilva em Cabo Verde
São Antão


A vegetação cabo-verdiana cresceu para 85 mil e 817,03 hectares florestados contra os cerca de três mil existentes no arquipélago antes da independência.
 O arquipélago conta actualmente com um parque natural, o da ilha do Fogo, que possui uma área de 6.600 hectares, e tem em fase de implementação os projectos de gestão dos parques naturais de Monte Verde (600 hectares), Monte Gordo (3500 hectares), Serra da Malagueta (2600 ha) e do Planalto Leste em Santo Antão (3888 hectares).

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Classificação da Laurissilva como uma das sete Maravilhas de Portugal


A Floresta Laurissilva foi escolhida pelo público como uma das Sete Maravilhas Naturais de Portugal. É o justo reconhecimento de uma das mais espectaculares paisagens do nosso país. 

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Localização


Longitude: W 17º 03’ 00’’                                  
Latitude: N 32º 46’ 00’’
Altura Mínima: 200m                                        
Altura Máxima: 1300m
    

Estes são os concelhos que a Floresta Laurissilva abrange:

- Calheta
- Machico
- Ponta do Sol
- Porto Moniz
- Santana
- São Vicente

     A Laurissilva da Ilha da Madeira ocupa uma superfície de 15000 hectares (20% do total da ilha), a Norte da ilha, é mais visível a extensa vegetação da Laurissilva madeirense que reveste de forma luxuriante as íngremes vertentes e os profundos vales do remoto interior, representando nos nossos dias a mais extensa e a melhor conservada Laurissilva das ilhas atlânticas.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Estado de Conservação da Laurissilva


A Madeira é a região do mundo onde a Laurissilva se mantém em melhor estado de conservação e com maior número de endemismos (espécies que só existem naquele local).
 A Laurissilva na Madeira também tem algumas ameaças, nomeadamente a invasão por plantas infestantes, nas zonas mais alta da floresta, onde predomina o Til, o estado de preservação é melhor, na zona mais baixa, onde é mais frequente encontrar o barbusano, apresenta uma área mais fragmentada e mais susceptível à intervenção humana, sendo mais expostas as consequências dos incêndios.
Na Madeira, apenas sobrevivem dois dragoeiros considerados selvagens numa escarpa sobranceira à vila da Ribeira Brava.
Em Cabo Verde e na costa da mauritânia a laurissilva aparece em pequenas e raras manchas, muito fragmentadas.
Nos últimos anos, na madeira, têm aparecido espécies infestantes, como os eucaliptos e as acácias que pouco a pouco têm vindo a ganhar terreno em relação à floresta indígena. Actualmente já há em curso um plano de erradicação destas espécies.
Outros problemas que põem em risco esta floresta são os fogos florestais e a deposição de lixo no seu interior.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Divulgação e Protecção

Para conservar o considerável património natural do arquipélago da Madeira, o Governo Regional criou um conjunto de áreas protegidas, como o Parque Natural da Madeira, as Reservas Naturais das Ilhas Selvagens e das Ilhas Desertas e a Rede Natura 2000.
Ao mesmo tempo, desenvolveu diversos projectos dirigidos à protecção, conservação e recuperação de espécies e habitats ameaçados de extinção, como o projecto de Conservação de Espécies Vegetais Prioritárias e Raras da Madeira.
Parque Natural da Madeira

O parque ecológico do Funchal é uma organização governamental que salvaguarda a Laurissilva, procedendo à remoção de vegetação exótica, criando espaços para a plantação da flora indígena e expandindo-a.


Parque ecológico do Funchal

   Procede a adopção de medidas de conservação e desenvolvimento do património florestal, promove acções de sensibilização à população, acciona as medidas e procedimentos necessários para a prevenção e detecção de incêndios, gere a exploração e conservação dos recursos naturais e organiza estudos à floresta, entre outros.

Importância da Laurissilva

Esta floresta, denominada frequentemente de "produtora de água", é responsável pela captação e infiltração de grandes quantidades deste líquido, que irá mais tarde abastecer as nascentes e permitir o aproveitamento hidroeléctrico por parte das populações.
Esta floresta permite a manutenção da estabilidade dos solos nas declivosas encostas onde se situa, pois protege o solo contra a erosão.
É um património de inegável valor, de importância crucial na conservação da natureza, mantendo o equilíbrio biológico e biofísico. 
A Laurissilva também possui uma forte importância socioeconómica para os locais onde são originárias pois é responsável pela vinda de turistas.


sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Árvores da Laurissilva:

      Árvores da Laurissilva:

- Til (Ocoetea foetens) é uma árvore mais frondosa e espectacular da floresta da Madeira. A sua madeira foi muito utilizada nas vigas dos edifícios e nas varas dos lagares, e é muito provável ainda hoje encontrar verdadeiros monumentos naturais, pode possivelmente muito mais velhos que o povoamento da Ilha. Este gigante da Laurissilva tem flores muito pequenas e discretas.



- Vinhático (Persea), as suas flores são pequenas como as das outras Lauráceas.
   Quando as folhas envelhecem ficam vermelhas, o que lhe dá um aspecto muito bonito. A sua madeira é avermelhada que se pode confundir com o mogno. Desde os primórdios do povoamento a sua madeira foi utilizada na produção de mobiliário, que fez com que o seu número de espécies sofreu uma diminuição efectiva.




- Loureiro (Laurus azorica) as suas flores são pouco vistosas, podendo ser observadas de Fevereiro a Abril. Usa-se os rebentos de loureiro como espeto nas típicas espetadas madeirenses. As suas folhas aromáticas são utilizadas na culinária e em infusão. A sua baga é utilizada na produção de azeite de louro, que por sua vez tem fama de curar lesões internas e externas.



       
- Barbusano (Apollonias barbujana) é mais visto nas franjas mais baixas da Laurissilva. As suas folhas normalmente têm verrugas causadas por um ácaro específico. Hoje é raro encontrar exemplares de grande porte e refugia-se em zonas de difícil acesso ao homem e a animais.
   A sua madeira muito rija foi utilizada para fazer estacas para as latadas da vinha.


          
- Marmulano (Sideroxylon marmulano) é uma pequena árvore sempre verde, com seiva leitosa, e o seu ambiente referido é nas rochas próximas do litoral. É uma espécie rara, porque as folhas serviam de alimento para o gado. Antigamente, quando era mais frequente e acessível, as cascas do Marmulano eram maceradas com álcool e com esta junção utilizava-se em massagens para debelar as dores musculares.


segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Animais da Laurissilva

- Tentilhão (Fringilla coelebs maderensis) subespécie endémica do arquipélago da Madeira. Ocorre unicamente na Ilha da Madeira em zonas de floresta indígena ou exótica, em zonas de cultivo ou em áreas de vegetação rasteira. Plumagem do peito rosada e parte externa da cauda brancas. Espécie muito abundante na Madeira, onde se deixa observar facilmente nas tradicionais zonas de merenda e ao longo das levadas.



- Bis-Bis (Regulus ignicapillus madeirensis), subespécie endémica do arquipélago da Madeira, ocorrendo regularmente onde ocupa uma variedade de habitats, que vão desde a floresta indígena até à floresta exótica. É a ave mais pequena da avifauna do arquipélago e possui um comportamento inquieto. Espécie abundante sobretudo nas áreas de Laurissilva. Na Madeira apresenta uma tendência populacional positiva.


- Lagartixa da Madeira (Lacerta dugesii) presente em todas ilhas do Arquipélago da Madeira. Ocorre maioritariamente em zonas rochosas (desde praias rochosas a picos montanhosos).



- Almirante Vermelho da Macaronésia (Vanessa vulcania Godart) a sua envergadura chega aos 65 mm. Machos e fêmeas são semelhantes. Fundo alar anterior negro com fortes marcas rosa vermelho. As bandas vermelhas das asas anteriores são interrompidas por três bandas negras incompletas ao longo da margem inferior

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Plantas Invasoras


A presença de plantas invasoras nas zonas de transição e em terrenos agrícolas abandonados, põe em risco a sua regeneração e expansão originando, focos de degradação e substituição da flora indígena.  
O problema das espécies invasoras é agravado com a sua irreversibilidade, ou seja, quando ocorre a reprodução, a dispersão e a adaptação espontânea o controlo e a erradicação tornam-se difíceis ou mesmo impossíveis.
Exemplos de plantas invasoras:


   -Bananilha (Hedychium gardnerianum)    

-Brinco-de-princesa (Fuchsia corymbiflora)

-Cana-vieira (Arundo donax)

-Eucalipto (Eucalyptus globulus)

-Falso-plátano (Acer pseudoplatanus) 

 -Incenseiro (Pittosporum undulatum)

-Maracujá-banana (Passiflora molíssima)


  O combate às plantas invasoras necessita de uma intervenção rápida e eficaz nas zonas menos afectadas dentro da floresta Laurissilva de forma a evitar situações incontroláveis e irreversíveis, para isto recorre-se a meios mecânicos e químicos: arrancando-se rizomas e trepadeiras, cortam-se árvores e faz-se o tratamento químico das touças.
  Após a intervenção, as partes desprovidas de coberto vegetal serão cobertas com plantas indígenas de modo a evitar um nova ocupação por plantas indesejáveis 

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Etnobotânica

 As plantas da Laurissilva possuem inúmeras utilidades.
As folhas do loureiro são utilizadas na culinária  por serem  bastante aromáticas e em infusões como medicamento contra tosse e sudorífero.
Os ramos do loureiro mais novos são usados como espetos nas típicas espetadas madeirenses.

Para além de medicamentos naturais, a floresta tem vindo a fornecer outros produtos. Os troncos do Til foram muito utilizados nas grandes e potentes varas dos lagares, em vigas para suportar soalhos e em peças de mobiliário.
O Vinhático tem uma madeira avermelhada parecida à do Mogno, desde muito cedo, a madeira desta árvore, foi utilizada na construção de caixões e peças de mobiliário.
 E o dragoeiro é uma planta originária da Macaronésia da qual é extraída uma seiva vermelha, este suco é utilizado em medicina como tónico, como corante de tecidos e como verniz por fabricantes italianos de violinos. A sobre exploração desta planta levou quase ao seu desaparecimento, actualmente existem apenas dois dragoeiros espontâneos na madeira (nas rochas sobranceiras da vila da Ribeira Brava), mas nos jardins públicos e privados é possível observar belos exemplares.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Levadas da Madeira

Levada das 25 Fontes

Os dois trilhos iniciam-se da estrada regional (E.R. 110), e descem até à casa de abrigo do Rabaçal. Os trilhos separam-se seguindo duas levadas paralelas localizadas a diferentes cotas.
O trilho PR 6.1 acompanha a levada do Risco, a 1000m de altitude, levando o caminhante a uma impressionante queda de água, que cai na vertical formando um risco na rocha.
Se descer ao PR 6, poderá visitar a lagoa das 25 Fontes, formada pelas águas que descem do Paul da Serra e que aparecem misteriosamente por detrás da parede que a forma, onde poderá contar mais de 25 fontes. Reza a lenda que quem aqui mergulhasse não mais apareceria à superfície, tendo tal acontecido a um inglês que quis quebrar a superstição e jamais foi encontrado.
A esta cota predomina o urzal de altitude, com predominância de Erica arborea e de Erica scoparia ssp maderensis e uveira da serra (Vaccinium padifolium). Esta composição vegetal natural modifica-se à medida que descemos, abundando outras espécies, sendo de realçar a presença do raro mocano da serra (Pittosporum coriaceum). Esta área integra a mancha de floresta Laurissilva da Madeira.


Levada do Rei, São Jorge


Este percurso liga a Estação de Tratamento de Águas das Quebradas, em São Jorge, à madre da levada no Ribeiro Bonito.
É entre uma floresta mista, pontuada por alguns exemplares da vegetação indígena, que se pode vislumbrar, logo à partida, as paisagens agrículas panorâmicas de São Jorge e de Santana. Quando o percurso vai a meio, a levada que se estende ao longo da encosta mistura-se com uma imponente floresta natural rica na sua biodiversidade.
Já no Ribeiro Bonito, a sensação é a de estar num verdadeiro santuário natural. O Ribeiro Bonito é uma das áreas onde habita a Floresta Laurissilva - Património Mundial Natural da Unesco desde 1999 -, um verdadeiro cenário intocado.
Levada do Caldeirão Verde
Este percurso, que começa no Parque Florestal das Queimadas (Santana) e culmina no Caldeirão Verde, tem uma extensão de 6 km e uma altitude de 990 metros. Este trilho é extremamente rico na sua paisagem adornada por quedas de água, fauna e flora.A certa altura, vai encontrar o primeiro túnel que é curto e contrasta com o segundo túnel de uns consideráveis 200 metros. Pouco depois, avista o terceiro túnel não tão extenso como o anterior. Tenha cuidado, pois este túnel é baixo e o piso está normalmente molhado. O quarto túnel, bem mais pequeno na sua extensão, está situado a 1 km do Caldeirão Verde. Note que o Caldeirão Verde fica à esquerda da levada, bastando, para lá chegar, subir alguns metros pelo leito do ribeiro por onde escorrem as águas que remanescem do lago natural. Depois de tirar partido da beleza do Caldeirão Verde e se não tiver vertigens, continue o caminho pela levada.